(Slava Polunin)
Devia chorar
Queria chorar
Onde aquilo que era belo se deixava
contemplar,
Refervem sombras ocultando mesmo a dor
de agora.
A cotovia de meu peito faz dueto com o
corvo
Cantam odes às paragens de outrora
Meus ouvidos sorvem tanta tristeza em
suas notas
Quanto amor havia noutros lábios
Devia chorar
Queria chorar
Já não sei quando as folhas deixaram de
ser teus cabelos
Quando cada doce flor não foi teu hálito
Cada raio de sol não for teus olhos
Devorando astros, reduzindo minhas
estrelas a pó
Foi num desses cantos em que o tempo se
deita
E observa a ruína das coisas.
(Slava Polunin)
Devia chorar
Queria chorar
Vou aguardar o réquiem do meu amor
As lágrimas que decidam se fugirão dos
olhos
Não é minha a verdade de amar ou desejar
tudo isso
Meu coração é um objeto que ficou num só
lugar muito tempo
E virou uma outra coisa a não servir-me
Abimael Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário