terça-feira, 31 de maio de 2011

Soneto de amor pobre- O sexo, o amor e o otário

(fotografia de August Bradley)
Soneto de amor pobre- O sexo, o amor e o otário

Românticos, platônicos estudantes
Poetas, seu dom se esvaiu
Musas, cuja beleza caiu
Tempos nunca vistos antes

Uni-vos!
O mundo nos rejeitou!
Bando de leprosos, ”Animais não amam”.
“Já alimentou seu cachorro hoje?”
Nós sugamos o tutano das palavras!
Remoemos a carcaça das relações.

Nós amamos infinitamente mais que vocês
Vazios colecionadores de corpos
Suas vidas me enojam
Não sinto pena, sinto ira
A ira que me é justo possuir

Um desse tipote, que ousadia, sujou teu leito!
Acha que sou tolo esse maldito!
-Hoje arranco tua cabeça Cappuleto!

Seus “Eu te amo” são como frutos de casca lisa e sumo podre
Seus olhos mentem antes de suas bocas

E é esse o herói dos Grimm e de minha tola

(Abimael Oliveira)

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