Eu te amei tanto e tão intensamente, que agora no vazio que ficou quando você se foi cabe o mundo inteiro.
Eu não posso andar sob o Sol, porque me lembro que você detestava caminhar. Não posso correr, porque me lembro como ficaram seus pés na única vez em que tentou me acompanhar. Não posso chorar, porque me lembro de seu rosto molhado e que nunca mais vou poder secar. Não posso sorrir, porque a felicidade me lembra o sorriso que você faz brotar dos lábios inesperadamente. Se escrevo, todas as frases e palavras me lembram que te amo e sabem que me inspira. Não consigo usar aquela caneta dourada que você me deu de aniversário porque eu ia fazer medicina; ela me lembra as cartas que te escrevi e todos os envelopes que comprei e estão guardados sem usar. Não sei o que fazer com seu coração de papel e seus desenhos de nós dois, porque naquelas formas a gente se beija e sorri. Nem orar eu posso, porque antes orava pra que Deus me desse alguém pra amar e agora esse é o mesmo Deus que você me disse pra andar junto quando foi embora e ele não me ajudou. Até o blues não é mais doce, porque foram muitos os trechos que te dediquei no meu inglês ruim. Você diz que quer ser cantora e agora todo bem-te-vi quer rachar meu coração.
Eu estava inteiro quando te conheci. Abaixei a guarda pra te abraçar e agora não sei mais o que fazer com meus braços. Eu a amo tanto que abri mão das palavras complicadas que só eram bonitas, mas confusas. Tanto que Jorge e Matheus finalmente fazem sentido mesmo com melodia. Te amo tanto que agora você já é todo meu coração, e nem bater eu posso mais.
Abimael Oliveira
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