Morena, você emprestou seus cabelos à noite?
Ou talvez teus olhos escuros comeram estrelas
pra no céu eu só ver tua alma brilhando mil pontos.
Agora entendo porque os poetas amam à noite.
Nela tudo é metáfora, nada é só amar, só prazer,
só saudade, nada é banal e tudo é repetido.
Foi assim que cheguei a te escrever qualquer ode velha
de paisagem antiga pra relembrar
o amor que já professei. Sou velho
em te amar, mas essa noite escuda me dá um medo
infantil.
Me sinto criança buscando o seio conhecido
de outrora, o calor da segurança travestida de carinho.
Saudade da morena que me guarda no peito.
Abimael Oliveira